Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o
ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, disse nesta quinta-feira que o Palácio do Planalto vai
analisar com "serenidade" e "sangue frio" os vetos ao texto do Código
Florestal, aprovado nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados.
O governo foi derrotado ontem, quando o plenário da Câmara aprovou, por
274 votos favoráveis e 184 contrários, o texto do deputado Paulo Piau
(PMDB-MG), que atende a interesses da bancada ruralista.
"Como nos é dado também o direito do veto, a presidente vai analisar
com muita serenidade, sem animosidade, sem adiantar nenhuma solução",
disse Carvalho, ao participar da abertura da quarta edição do seminário
Diálogos Sociais: Rumo à Rio+20, no Palácio do Planalto. "Temos muita
responsabilidade com o país. À luz dos nossos princípios, a presidente
vai tomar a sua decisão na hora oportuna".
Carvalho também observou que o Planalto já esperava que a votação na
Câmara desse sequência ao que havia sido acordado no Senado. Questionado
se o resultado da votação não seria desanimador, ele respondeu: "Não
vou fazer uma adjetivação sobre uma votação que teve maioria no
Congresso".
Para o ministro, Dilma vai analisar o texto aprovado na Câmara com
"sangue frio e tranquilidade". Carvalho, no entanto, não quis dizer se a
tendência é o veto ao texto. "Não quero falar em tendência, não quero
usurpar um direito que é da presidente exclusivamente e ela vai analisar
isso com muito carinho".
Em mensagem enviada ao Partido Verde (PV) depois do primeiro turno das
eleições de 2010, na tentativa de conquistar o apoio de Marina Silva,
Dilma disse expressar "acordo com o veto a propostas que reduzam áreas
de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar
em relação à legislação em vigor". "Somos totalmente favoráveis ao veto
à anistia para desmatadores", afirmou Dilma, na carta.
De acordo com Gilberto Carvalho, os compromissos assumidos durante a
campanha vão orientar a decisão da presidente. "Para ela, o importante é
o crescimento com inclusão social e cuidado da natureza", disse. "Isso
sim, e mais evidentemente os compromissos que ela assumiu em campanha,
serão os parâmetros que vão nos orientar. Mas eu insisto, essa é uma
prerrogativa que é da presidente".
(Com Agência Estado)
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