As empresas do Ceará que exportam mármore e granito denunciam que
faltam contêiners para exportações das chapas polidas das rochas
produzidas no Estado. A informação é de Carlos Rubens Alencar,
presidente do Sindicato da Indústria Mármores e Granitos do Estado do
Ceará (Simagran).
De acordo com Carlos Rubens, a
Indústria de Granitos do Ceará (Imarf) necessita urgentemente de 50
contêiners "O desgaste com os compradores está enorme e muitos clientes
poderão serem perdidos", afirma Carlos. Os 50 contêiners correspondem a
cerca de US$ 1,2 milhões.
Francisco Costa, que
trabalha no Departamento de Exportação da Imarf, explicou que a situação
acontece pois a empresa que fornece e transporta os contêiners para a
exportação do material não têm provido a quantidade que as empresas
necessitam.
Segundo Francisco, existem 3
empresas que realizam a maior parte da movimentação. Essas 3 costumam
exportar de 35 a 40 contêiners por mês. A quantidade mínima de 105
contêiners por mês não tem sido atendida pela empresa.
A
exportação é feita pela Mediterranean Shipping Company (MSC), uma
organização global privada que possui 480 escritórios em 155 países. O
POVO Online ligou para o número do escritório de Fortaleza que está no
site da organização, mas não teve as ligações atendidas.
Mendes
Aragão, presidente da Imarf, em conversa com O POVO Online, explicou
que há dificuldade de exportação no Estado do Ceará há um longo tempo.
"Exportar no Ceará é uma verdadeira aventura. Quando não falta
contêiner, falta navio", conta ele.
O mês de
novembro foi difícil para a empresa, dado a alta demanda e a dificuldade
de exportação. "Todos os navios que saem do Ceará, vão para São Paulo
antes de ir para o Exterior. Um material que foi enviado para uma obra
em Moscou (Rússia), chegou ao destino com 15 dias de atraso", explica
Mendes Aragão.
Desde o final de novembro a
falta de contêiner tem se intensificado. A Imarf precisa com urgência de
50 contêiners para enviar um material que já está pronto e
inspecionado, dependendo apenas da empresa de exportação.
Dificuldades do setor
Os
dados de exportações de janeiro até novembro de 2018 apontam que o
setor de rochas ornamentais no Ceará apresentou crescimento de 3,8% em
relação ao mesmo período do ano passado, o que corresponde a US$
26.127.411, de acordo com o presidente do Simagran.
"Dos
cinco principais exportadores do Brasil, o Ceará é o único que se
mantém em crescimento. Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande
do Norte, que estão entre os cinco maiores, todos demonstraram quedas.
Outro dado importante é que as estatísticas não estão contemplando as
exportações que são feitas por empresas que têm domicílio fiscal em
outro estado", aponta Carlos.
Segundo ele,
empresas de outros estados que compram o granito cearense e exportam o
material pelo porto do Ceará, mas têm o endereço fiscal em outro estado e
a exportação não é computada para o Estado. O caso vem ocorrendo desde o
mês de junho, após uma mudança na plataforma digital que computa as
exportações.
O Centro Internacional de
Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) também
estaria envolvida na solução do problema, que ainda persiste.
o povo
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