A produção de energia eólica no Ceará apresentou
crescimento de 29,6% em maio ante igual mês de 2018. Segundo o boletim
mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Estado
produziu 537,5 megawatts (MW) no mês de referência contra 414,6 MW no
ano passado. A evolução fez o Ceará subir uma colocação no ranking de
estados geradores de energia eólica, passando da quinta posição para a
quarta e superando o Rio Grande do Sul.
Apesar da alta expressiva no volume produzido, a capacidade instalada
em território cearense avançou apenas 4,4% na mesma base de comparação,
atingindo potencial de 2.347,7 MW. A leve evolução só foi suficiente
para assegurar o Estado com a terceira maior capacidade instalada do
Brasil.
O consultor de energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e
presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis da Agência de
Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Jurandir Picanço, explica
que a alta da produção muito acima do avanço do potencial se deve à
recuperação de parques antigos que estavam praticamente parados.
"Houve a saída de duas fabricantes de aerogeradores que trouxeram
problemas aos parques que utilizam os produtos delas. Esses estavam
quase parados e estão em processo de recuperação gradual", aponta.
Picanço acrescenta que o Ceará possui maior potencial que o Piauí,
por exemplo, mas ainda perde em produção por conta desses parques
antigos que estão com baixa atividade. "Mas eles estão voltando aos
poucos e essa crescente deve continuar", afirma. Em maio deste ano, o
Piauí apresentou capacidade instalada de 1.638,1 MW e produção de 628,6
MW (-11,8%).
Meses dos ventos
O consultor destaca que o crescimento expressivo deve continuar nos
próximos meses, com a chegada do período em que os ventos atingem uma
maior velocidade média, além da continuidade da recuperação dos parque
eólicos.
"Nos meses de agosto e setembro é quando os ventos atingem uma maior
velocidade média e isso deve impactar a produção. Combinado com a volta
da atividade de alguns parques, isso deve gerar bons resultados para o
Ceará", avalia Picanço.
Diferencial
O especialista ainda ressalta o diferencial apresentado pelo Estado
em relação a outros para a produção de energia eólica. "Pela nossa
posição geográfica, nossas condições de geração são melhores que as de
estados de outras regiões", explica.
Picanço afirma que há novos parques sendo instalados constantemente.
"Há pouco, tivemos um leilão em que cinco projetos de energia solar
foram contratados, mas eles só devem entrar em atividade daqui a quatro
anos. Então, existem parques sendo inaugurados de leilões passados".
dn
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