Empresas e pessoas físicas podem alugar seus carros e até somar uma
renda extra de até R$ 2 mil no mês, segundo dados apresentados pela
MoObie, startup de compartilhamento de veículos.
O novo modelo de negócio funciona como o Airbnb, mas em vez do
proprietário disponibilizar a sua casa para o aluguel, ele entrega as
chaves do carro para, no mínimo, uma diária. "A ideia era ajudar a mobilidade do Brasil, trazendo uma inovação", aponta Tamy Lin, CEO e fundadora da plataforma.
Modelo consolidade nos EUA e em alguns países europeus
De acordo com Tamy, esse estilo de serviço já existe e está
consolidado nos EUA e na Europa, como na França. Durante um período
sabático, ela resolveu conhecer e testar pessoalmente o sistema antes de
empreender e apostar nessa solução de mobilidade no País.
Um novo argumento, aliás, é o que tem motivado os brasileiros a
deixarem de lado o ciúme pelo carro para melhorar o orçamento familiar.
"Tem pessoas tirando até R$ 2 mil por mês e tem que tira R$ 500 ou R$
800 todo mês", ressalta.
Paulista, dono de um Sentra, já faturou R$ 10 mil alugando o próprio carro
O aplicativo está ativo no País desde maio de 2017, tendo São Paulo
como o primeiro estado com o sistema consolidado. Nesses dois anos, a
cidade conta com "superparceiros", é o caso de Diogo Arakawa,
proprietário de um Nissan Sentra 2015, que faturou, desde o seu cadastro
em março de 2018, cerca de R$ 10 mil com a plataforma.
"Se você quiser tirar R$ 150,00 líquido todo mês de investimento,
você teria que investir mais de R$ 30 mil e isso são cerca de duas
diárias. Quem precisa manter o carro para usar às vezes, pode usar o
aplicativo", destaca.
Cearense acumula alugueis do seu Onix para quitar despesa de R$ 3 mil
Na Capital cearense, a engenheira civil, Carolina Holanda, está no
caminho para ser um "superparceiro". Proprietária de um Chevrolet Onix
2014, em menos de quatro meses, já soma mais de 10 alugueis em seu
perfil. Esse saldo seria maior, até o quádruplo, se ela tivesse mais
tempo na agenda para entregar seu carro aos clientes.
"Às vezes não dá certo alugar porque as pessoas querem retirar o
carro no meio da manhã ou da tarde. Como trabalho, não tenho essa
disponibilidade", explica.
Cobrando R$ 75 por dia, com uma média de solicitação de três dias, em
sua maioria no fim de semana, por enquanto ainda não conseguiu liquidar
as dívidas básicas do seu carro: seguro, licenciamento e IPVA,
que somam próximo de R$ 3 mil. Porém, se este segundo semestre mantiver
o mesmo ritmo deste período de férias, a conta vai fechar mais rápido.
A procura pelo seu cadastro no aplicativo, segundo Carolina, ocorreu
por ter uma moto como meio de transporte, assim o carro ficava
abandonado na garagem.
"Eu não quero me desfazer do carro pelo meu lazer, fazer alguma
viagem aqui perto, sair à noite e minhas necessidades também. Foi uma
forma que encontrei para continuar com ele e diminuir as despesas de
manutenção", declara.
Quais as exigências para alugar seu carro?
Para se cadastrar, os requisitos exigidos são:
- o ano de fabricação deve ser a partir de 2009;
- o carro ter menos de 120 mil quilômetros rodados;
- Carros rebaixados, tunados e blindados, entre outras customizações, não são aceitos pelo aplicativo devido as regras do seguro;
- Proprietário, chamado de parceiro, precisa de um seguro completo e estar com a documentação e manutenção em dia, além de uma conta corrente ativa para pagamento das reservas.
Plataforma desconta 20% da diária
Do parceiro será descontado o percentual de 20% de cada diária e os
pagamentos serão feitos nos dias 10 ou 20 de cada mês, desde que
decorridos 5 dias úteis do recebimento dos valores das transações.
"As principais preocupações das pessoas que alugam é
o seguro e as multas. Os clientes são os responsáveis por pagar pelas
infrações e as avarias, se for pequeno a gente não aciona a franquia e
fazemos três orçamentos, sendo intermediária entre as partes. Se ficar
acima, o cliente paga a franquia. Nunca é usado o seguro do
proprietário", explica.
dn
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