Um policial militar foi atingido no rosto, nesta segunda-feira, por uma bala de borracha disparada pelas forças do Exército que mantêm cerco ao prédio da Assembleia Legislativa da Bahia. A Secretaria de Segurança Pública do Estado não soube informar se a vítima estava dentro do prédio ou se fazia parte do grupo de manifestantes que demonstrava apoio aos PMs do lado de fora do cerco.
O coronel Hertz, das Forças Armadas, afirmou ao Terra que o homem estava nos arredores da Assembleia e forçou a passagem. "Manifestantes externos começaram a provocar a linha de isolamento. Foi necessária a utilização de armamento não-letal, e esse elemento acabou ferido." Além de tiros, as forças nacionais recorreram ao gás lacrimogêneo para responder à pressão dos manifestantes.
De acordo com Hertz, a situação no local já se encontrava "estabilizada" por volta das 16h30. "Estamos esperando o progresso das negociações para dar fim a esse movimento", completou, acrescentando não reconhecer o registro de outros feridos nesta tarde.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes.
Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.
Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.
Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais.
A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
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