O portal da Assembleia Legislativa do Ceará questionou aos internautas, na última semana, entre os dias 3 e 10 de novembro, de que maneira a campanha Fevereiro Laranja pode contribuir para o combate à leucemia.
Para 56% dos que responderam, a campanha poderia intensificar a divulgação da necessidade de exames de rotina para prevenir a doença. Já 44% são a favor de fomentar a conscientização sobre a importância da doação de medula óssea.
Para o deputado Fernando Hugo (PP), é necessário que o sistema de saúde amplie a disponibilidade de exames laboratoriais e que isso aconteça de maneira contínua, para tratar a doença com mais celeridade, caso os exames indiquem a enfermidade.
“Muitas e muitas vezes, a leucemia se faz presente de maneira assintomática. E, quando eclode em um paciente, normalmente já está em uma fase bastante evoluída. Por isso, fazer exames de hemograma completo é uma das múltiplas formas de facilitar o tratamento antes do agravamento da doença. Um câncer como esse, mesmo com toda a gravidade, é tratável e há a possibilidade de cura. Mas o diagnóstico precoce faz toda a diferença”, pontuou o parlamentar.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) observa que, mesmo com hemogramas rotineiros, esses exames não poderiam prevenir a doença, pois protocolos precisariam ser determinados e seguidos e, em alguns casos, poderiam não ser eficazes. O parlamentar ressaltou também que o sistema primário de saúde tem um papel essencial no combate à doença.
“O importante é o monitoramento adequado na rede primária de saúde, médicos treinados para identificar pessoas que podem estar com leucemia, com sangramentos, infecções, nódulos, entre os outros sintomas. Temos que cobrar que o sistema funcione melhor na base, pois coisas fora do sistema de saúde não funcionam”, afirma.
Carlos Felipe acrescenta ainda que tudo isso deve se somar às ações informativas sobre a importância da doação de medula, dos sintomas da doença e ampliação de leitos nos hospitais referência, mas que isso seja mantido durante o ano todo.
Para o médico hematologista Fernando Barroso, falta uma campanha de prevenção à leucemia no Brasil. “Não temos uma mobilização preventiva. O que vemos é um combate à doença. Temos que discutir e alertar para fatores que desencadeiam esse câncer e outros, como a ingestão de agrotóxicos, o tabagismo, uso de produtos químicos, como tintura de cabelo com determinados elementos e tantos outros fatores”, alerta.
Fernando Barroso, que também é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), ressaltou ainda que hemocentro do Estado é considerado um dos melhores do Brasil, sendo referencia nacional na captação de medula óssea e no tratamento de doenças no sangue.
A leucemia é o 10° tipo de câncer mais incidente no Brasil. A doença, que afeta os glóbulos brancos e a fabricação de células sanguíneas, pode ter a forma aguda ou crônica. Na aguda, as células se multiplicam rapidamente, provocando a morte das células saudáveis na medula óssea e sangue. Dessa forma, o paciente poderá apresentar sintomas como intensa palidez, febre, dor óssea e hematomas no corpo. Na forma crônica, as células cancerígenas se multiplicam lentamente e os sintomas podem demorar mais tempo para aparecer, sendo menos intensos.
A estimativa é de que quase 11 mil novos casos de leucemia sejam diagnosticados no Brasil este ano, sendo 470 no Ceará. Os dados são do estudo “Incidência de Câncer no Brasil – Estimativa 2020”, elaborado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), do Ministério da Saúde.
GS/LF
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