A
revista Valor publicou um estudo realizado com apoio do Governo federal
sobre o funcionamento de todos os portos brasileiros, considerando
apenas três autoridades portuárias bem administradas e que receberam
menções positivas; a Emap (empresa maranhense que gere o porto de
Itaqui), a Companhia Docas do Pará, responsável por Vila do Conde e
Santarém) e o porto do Pecém, no Ceará, administrado pela Cearáportos.
A
situação, segundo o mesmo estudo, apresenta resultados altamente
negativos e o quadro é desanimador em diversos portos, com alguns
fatores contribuindo para o problema, tais como a desatualização de
tarifas portuárias, o não equilíbrio financeiro dos contratos de
arrendamentos e a má gestão de recursos.
Guardado
em absoluto sigilo, o estudo que norteia todas as discussões do governo
na elaboração do pacote de portos aponta a necessidade de investimento
de pelo menos R$ 43,6 bilhões no setor, até 2030. O montante é
necessário para atender ao expressivo aumento da movimentação de cargas,
que deverá praticamente quadruplicar no período.
A
demanda nos 34 portos organizados do país subirá de 258 milhões para
975 milhões de toneladas por ano, o que representa um salto de 277%,
segundo o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP).
"Caso
não seja feito nenhum investimento, a movimentação será superior à
capacidade instalada atual, gerando uma deterioração do nível de
atendimento e impedindo a fluidez no escoamento de mercadorias", afirma o
estudo, conduzido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
com o auxílio de consultores do porto de Roterdã (Holanda). Nenhuma
região do país tem um diagnóstico de absoluta tranquilidade: a
utilização total da capacidade instalada existente será atingida em 2013
no Sudeste, em 2014 no Sul, em 2015 no Norte e em 2016 no Nordeste.
Fonte: Valor / Daniel Rittner e Cristiano Romero
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