Seis pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 19. O grupo é acusado de fraudar o Benefício Assistencial ao Idoso, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Até agora, os investigadores conseguiram identificar R$ 4 milhões obtidos de forma ilegal pelos operadores do esquema. Contudo, a estimativa é de que o valor possa dobrar com informações colhidas após as detenções.
Além de quatro mandados de prisão preventiva e um temporária, a PF cumpriu ainda ordens de busca e apreensão contra bens dos envolvidos. Uma pessoa também foi presa em flagrante com equipamentos para fabricação de documentos falsos. Dois suspeitos conseguiram fugir. A Operação Espectro envolveu 70 policiais atuando em Fortaleza, Caucaia e São Gonçalo do Amarante.
O nome é em razão ao modus operandi da organização, que criava “fantasmas”
para retirar os recursos. Conforme explicou a delegada da Polícia
Federal líder da operação, Adriana de Araújo Correia, os suspeitos fabricavam certidões de nascimentos em nomes fictícios e conseguiam solicitar outros documentos à União.
“Era difícil detectar porque
os documentos usados nas fraudes eram verdadeiros. Eles tinham todos os
requisitos necessários. Uma das coisas que colocamos na representação é
que eles tinham mais facilidade de conseguir os benefícios que uma
pessoa comum, porque conseguiam fabricar os requisitos formais”, disse a delegada. Ela descartou a participação de servidores públicos do esquema.
Salário mínimo
Com os nomes fictícios validados
por documentos originais, integrantes do grupo solicitavam o benefício.
O recurso de um salário mínimo mensal é concedido a pessoas com
deficiência e a idosos com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Neste caso, o solicitante não precisa ter histórico de contribuições para a Previdência Social.
“Pessoas fictícias se multiplicaram de maneira exponencial
e cada pessoa (do grupo) conseguia ter várias identidades”, explicou
Adriana. A suspeita é de que a quadrilha começou a agir em 2009, e havia
pelo menos 59 benefícios já fraudados e recebidos pelos suspeitos.
Desse total, 37 estavam ativos atualmente solicitando a renda.
Quadrilha
O grupo se organizava em células.
Alguns cuidavam da fabricação documentos, outros arregimentavam
pessoas, enquanto parte da quadrilha ia até os órgãos públicos. Havia
ainda aqueles responsáveis por coordenar as ações e receber os valores.
Conforme a delegada responsável pela operação, uma dos núcleos era formado por pessoas da mesma família. “Os pais iniciaram e os filhos seguiam. Esse núcleo se sobressaía. (Eles) conseguiram o maior patrimônio e os maiores lucros”, disse. Ela explicou que as investigações apontaram evolução patrimonial significativa. “Saíram da periferia e estavam vivendo na Aldeota, em prédios com um apartamento por andar”, revelou.
Autuação
Todos os envolvidos serão autuados por estelionato
qualificado e formação de quadrilha, além de fabricação e uso de
documentos falsos. Eles serão investigados por lavagem de dinheiro. A
pessoa presa em flagrante deve responder também por fabricação de
documentos falsos. De acordo com as delegadas, a maioria das pessoas
presas já respondeu processo por falsificação.
A PF não divulgou o nome dos presos.
o povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário