Líder do PT diz que decisão de Moro de aceitar o cargo torna evidente
que o juiz jamais teve isenção em sua atuação na Lava Jato. Já o
vice-líder do PSL declarou que a escolha de Moro segue critérios de
competência técnica e atende a vontade popular
A decisão do juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância pela
operação Lava Jato, de aceitar assumir o futuro Ministério da Justiça e
Segurança Pública no governo Bolsonaro foi alvo de críticas do PT e de
elogios da base do governo.
Nesta quinta-feira (1º), Moro esteve com o presidente eleito Jair
Bolsonaro e declarou ter aceito o convite para a pasta que terá poderes
ampliados.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública unirá as atribuições do
atual Ministério da Justiça e do Ministério da Segurança Pública (que
havia sido separado neste ano pelo presidente Michel Temer), e deverá
incluir ainda o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da
União (CGU) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Dentro das atribuições, está o comando da Polícia Federal e do sistema penitenciário.
Para assumir o ministério, Moro precisará ser exonerado do cargo de juiz federal, como determina a legislação.
O líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), disse que a decisão de
Moro só torna “evidente” que o juiz jamais teve isenção em sua atuação
na Lava Jato. “Duvido que alguma pessoa com senso crítico não esteja
estarrecida diante desse absurdo”, afirmou.
Segundo o líder do PT, o partido tomará todas as medidas judiciais
para contestar a atuação de Moro em processos contra o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e outros dirigentes do partido.
Suspeição
Paulo Pimenta disse que a reunião entre Moro e o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, durante as eleições, mostra a parcialidade do juiz. Segundo o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, Guedes procurou Moro durante as eleições para saber se ele aceitaria assumir a pasta da Justiça.
Paulo Pimenta disse que a reunião entre Moro e o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, durante as eleições, mostra a parcialidade do juiz. Segundo o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, Guedes procurou Moro durante as eleições para saber se ele aceitaria assumir a pasta da Justiça.
“Alguém exercendo um cargo de juiz autoriza a divulgação de uma
delação que estava sob sua guarda para favorecer um candidato que ele já
sabia que, se vencesse, tinha feito um convite para que ele fosse
ministro. Isso é um escândalo sem proporções”, criticou Pimenta.
Em 1º de outubro, parte da delação do ex-ministro da Fazenda Antonio
Palocci foi tornada pública por Moro nos autos do processo sobre
supostas propinas da Odebrecht a Lula. Palocci incriminou Lula e Dilma
Rousseff sobre suposto esquema de arrecadação de propinas pelo
ex-presidente na construção de navios-sonda do pré-sal.
Boa decisão
Para o deputado Delegado Waldir (GO), vice-líder do PSL, a escolha de Moro segue critérios de competência técnica. “Bolsonaro atende a vontade popular. Segue com critério técnico, de indicar pessoas técnicas e as mais capacitadas e habilitadas em cada área”, disse.
Para o deputado Delegado Waldir (GO), vice-líder do PSL, a escolha de Moro segue critérios de competência técnica. “Bolsonaro atende a vontade popular. Segue com critério técnico, de indicar pessoas técnicas e as mais capacitadas e habilitadas em cada área”, disse.
Delegado Valdir afirmou que o PSL demonstrou, com a escolha de Moro,
que a bandeira eleitoral de Bolsonaro pelo combate à corrupção está em
prática. Segundo ele, Moro é “o Pelé do combate à corrupção”.
De acordo com o vice-líder do PSL, há um temor do PT com a escolha de
Moro porque “toda a caixa preta” do partido poderia vir à tona. “Quem
tem medo de Sérgio Moro? É só bandido. As pessoas de bem do País não têm
medo de Sérgio Moro não”, afirmou.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli
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