Projetos em análise no Senado buscam facilitar o acesso de pessoas 
com deficiência auditiva a serviços públicos. Os textos obrigam 
instituições, como bancos e hospitais, por exemplo, a oferecer serviços 
de intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Um desses projetos é o PLS 155/2017,
 pronto para a pauta na Comissão de Direitos Humanos e Legislação 
Participativa (CDH). O texto determina que repartições públicas, 
instituições financeiras e concessionárias de serviços públicos, como 
empresas de água e energia, ofereçam serviços de interpretação de 
linguagem de sinais. Além disso, prevê prioridade no atendimento de 
pessoas com deficiência por guias capacitados.
O projeto é do senador Telmário Mota (PTB-RR). Para ele, o texto 
diminui as barreiras nas comunicações, que impedem a interação social 
das pessoas com deficiência e as privam de exercer direitos. Relatora, a
 ex-senadora Regina Sousa (PT-PI), concorda e recomenda a aprovação do 
texto.
“Não é admissível, sob a égide de Estado democrático de direito, 
conceber que dados cidadãos sejam alijados do exercício pleno de sua 
cidadania em razão da incapacidade estatal de bem interagir da maneira 
que melhor lhes atende”, argumentou a relatora.
Locais de atendimento
Outros dois textos que estão nas comissões tratam desse assunto. Um deles é o PLS 52/2016,
 do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que obriga o poder público a oferecer
 serviço de interpretação em Libras nos locais atendimento aos cidadãos.
 A obrigatoriedade prevista no texto é para instituições públicas em 
geral e para empresas concessionárias de serviços públicos de 
assistência à saúde. Os serviços podem ser oferecidos por meio de 
profissionais habilitados ou de equipamentos de informática.
O texto já foi analisado pela Comissão de Direitos Humanos e 
Legislação Participativa (CDH) e ainda deve passar pela Comissão de 
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e pela Comissão de Educação, 
Cultura e Esporte (CE), em decisão final.
Saúde
Outra iniciativa que trata do tema é o PLS 465/2017,
 da senadora Kátia Abreu (PDT-TO). O projeto estabelece a 
obrigatoriedade do serviço de intérprete de Libras em instituições de 
saúde públicas e privadas. O projeto foi aprovado em outubro de 2018 
pela CDH e ainda será analisado pela CCJ.
O relator na CDH, senador Paulo Rocha (PT-PA), disse que essa obrigatoriedade já é prevista em decreto,
 mas concordou com o argumento da autora de que o direito deve estar na 
lei. Para ele, a ausência do serviço pode até colocar em risco a vida de
 pacientes.
— Para receber o tratamento de saúde em igualdade de condições com os
 demais brasileiros, a pessoa com deficiência precisa poder se 
comunicar. E é só isto que este projeto concebe, de modo até singelo — 
afirmou.
Além de relatar a proposta, Paulo Rocha também é autor do PRS 33/2018.
 O projeto de resolução busca garantir que a TV Senado passe a exibir 
uma  janela com intérprete de Libras em todas as transmissões 
institucionais. O projeto está sendo analisado pela Comissão Diretora da
 Casa.
Ensino
Já aprovado pelo Senado, o PLS 14/2007
 (PL 2040/11 na Câmara) prevê o ensino de Libras para os alunos com 
deficiência auditiva nas escolas públicas e privadas de educação básica.
 O projeto está na Câmara desde 2011 e em novembro 2018 foi aprovado 
pela Comissão de Educação daquela Casa na forma de um texto alternativo,
 que condensa ideias de várias proposições analisadas em conjunto.
O texto atual torna a oferta do ensino de conhecimentos básicos de 
Libras obrigatória nas escolas públicas brasileiras nos municípios com 
mais de 10 mil habitantes, sendo a matrícula facultativa para os alunos.
 O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e
 de Cidadania da Câmara.
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