A Justiça mineira determinou o terceiro bloqueio de valores da mineradora Vale, desde o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho (MG),
 na tarde de sexta-feira (25). No total, até o momento, a empresa 
responsável pelo empreendimento terá que dispor de pelo menos R$ 11 bilhões para ressarcir danos e perdas de forma geral.
Este último pedido acatado pela justiça ontem (26) foi apresentado 
pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que definiu o valor de 
R$ 5 bilhões, seria exclusivamente para garantir reparação de danos 
causados às vítimas.
Os promotores Maria Alice Costa Teixeira, Marcelo Schirmer 
Albuquerque, Cláudia Spranger e Márcio Rogério de Oliveira, que 
assinaram a ação, destacaram que além de danos materiais, as vítimas 
sofreram “evidentes e notórios os danos morais, psicológicos, 
emocionais, comunitários, de saúde e culturais”.
De acordo com os autores do pedido, a mineradora obteve proveito econômico da exploração na região
 e têm que arcar com o ônus do desastre. No pedido, eles apontam que, 
segundo informações da própria empresa, apenas no 3º trimestre de 2018 a
 Vale obteve lucro líquido recorrente de R$ 8,3 bilhões e, diante do 
ocorrido, é fundamental que tais valores não sejam distribuídos entre os
 acionistas e investidores da empresa, mas sim revertidos para as 
medidas de recuperação ambiental e reparação dos danos.
O MPMG defende que a mineradora se responsabilize pelo acolhimento, 
abrigamento em hotéis, pousadas, imóveis locados, arcando com os custos 
relativos ao traslado, transporte de bens móveis, pessoas e animais, 
além de total custeio da alimentação, fornecimento de água potável. Para
 este atendimento, os promotores ainda orientam que pessoas atingidas 
sejam ouvidas sobre o melhor local e forma de abrigo para cada família.
Bloqueios anteriores
Em decisão anterior, também nesse sábado, o Judiciário mineiro já 
havia bloqueado R$ 5 bilhões para a reparação de danos ambientais. No 
mesmo dia, o juiz Renan Chaves Carreira Machado, responsável pelo 
plantão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo 
Horizonte, ordenou o bloqueio de outros R$ 1 bilhão da mineradora. O 
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis 
(Ibama) ainda multou a Vale em R$ 250 milhões.
diario do nordeste 

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