O tenente-coronel da Polícia Militar Paulo de Tarso, um
major e sete praças foram presos preventivamente em operação do Núcleo
de Investigação Criminal (Nuinc), do Ministério Público do Ceará, na
manhã desta quinta-feira, 28, na região norte do Estado. Também
participam da ação equipes da Delegacia de Assuntos Internos (DAI),
vinculada à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança
Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Paulo de Tarso Marques Paiva é
comandante Batalhão da Polícia do Meio Ambiente ( BPMA), com sede na
cidade de Sobral. Além dele, foi preso o major Francisco Marcelo Nantua Bezerra, comandante da 2ª Companhia do 3° Batalhão da Polícia Militar, com sede em Tianguá.
E aquartelados os seguintes praças: Raimundo Nonato Cruz, Antônio
Barbosa Filho, Marcelo Cristiano Melo, Reginaldo Bento De Araújo, Pablo
Weslly Cavalcante, Jorge Luis de Sousa e Décio Alves Fernando.
De acordo com as informações da Associação das Praças Militares do Estado do Ceará (Aspra), os
militares são acusados de concussão, quando o sujeito ativo do crime é
um funcionário público, por suposta extorsão para licenças ambientais,
construções e funcionamentos de empreendimentos na região Norte. Além
disso, há também a acusação de associação de organização criminosa.
Seis dos praças presos são associados Aspra.
De acordo com a entidade, os suspeitos terão apoio jurídico de quatro
advogados, lotados na sub-sede em Sobral. Filipe Dávila, coordenador
jurídico da associação, afirma que outras medidas cautelares poderiam
ter sido tomadas nesse caso, como afastamento das funções ou proibição
de frequentar certos lugares.
“O PM é o servidor público, dentro do Estado de
direito, mais fácil de monitorar. O sistema militar é muito rígido. Não
há razão para supor que um funcionário desse, em virtude de uma decisão
judicial, vá deixar de cumprir o afastamento. Não tem razão de decretar
uma medida tão violenta e drástica", declarou Filipe ao O POVO Online. De acordo com o coordenador jurídico, os praças presos têm mais de 20 anos de carreira militar.
Em nota, o Ministério Público do Ceará (MPCE),
afirmou que, por força do mandado judicial, o qual ordena o caráter
sigiloso da operação, o órgão não pode se pronunciar sobre o caso, "sob
pena de macular toda tramitação processual".
A CGD informou que o caso será apurado
também na seara disciplinar do órgão. "Vale ressaltar que, para
resguardar o caráter sigiloso da operação, a CGD não pode fornecer mais
informações", destacou em nota.
O POVO Online contatou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), mas a pasta disse optou por não se pronunciar sobre o assunto.
Colaborou a repórter Jéssika Sisnando