sexta-feira, 22 de março de 2019

Mulheres protagonizam protesto contra a Reforma da Previdência em Fortaleza

A manifestação contra a proposta de Reforma da Previdência, em Fortaleza, é protagonizada por mulheres. Dentre os participantes estão professores, integrantes de movimentos sociais e centrais sindicais, líderes políticos e trabalhadores da construção civil.
A Reforma da Previdência, que foi apresentada por Jair Bolsonaro e tramita no Congresso, determina idade mínima de 65 anos para homens, 62 anos para mulheres e aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos.
O grupo saiu da Praça da Imprensa e segue rumo à Praça Portugal pela avenida Desembargador Moreira, na manhã desta sexta-feira, 22. 
A manifestação segue pacífica e sem tumulto. O POVO Online não identificou policiais ou agentes de segurança. Há registro de engarrafamentos na região.
De acordo com os manifestantes, o projeto para a Previdência brasileira retira direitos dos trabalhadores e dificulta a aposentadoria. Patricia Facó, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), afirma que o movimento foi puxado para mostrar que a classe trabalhadora não fez o rombo da Previdência e, portanto, os trabalhadores não deveriam pagar por isso. A líder também pontuou que a reforma prejudica as mulheres - que são maioria no ato na Capital.

A projeção dos organizadores dá conta de 15 mil presentes na manifestação. Muitos são professores. Por conta disso, aulas em escolas municipais, estaduais e em universidades foram suspensas nesta sexta-feira.
Will Pereira, estudante de 22 anos, afirma participar do momento pelo futuro das pessoas jovens e porque não quer "trabalhar até morrer". "Matematicamente falando, é praticamente impossível os jovens da periferia se aposentarem aos 60 anos ou 70 por causa da mortalidade", justifica.
Dóris Soares, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), contesta a idade proposta para a aposentadoria dos contribuintes. “Os brasileiros não têm uma perspectiva tão alta quanto estão imaginando. O Brasil pode voltar à extrema miséria com a reforma”.
"Mulheres, agricultoras, professoras e idosos serão os maiores prejudicados. Além disso, a reforma dificulta o acesso a uma série de benefícios e estabelece que idosos carentes irão receber somente R$ 400 entre os 60 e os 70 anos, quando passam a ganhar um salário mínimo. A reforma também pretende implantar o modelo de capitalização que beneficia banqueiros e especuladores", afirma, em nota, o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort).


Com informações das repórteres Alexia Vieira e Gabriela Feitosa/ Especiais para OPOVO

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