A manifestação contra a proposta de Reforma da
Previdência, em Fortaleza, é protagonizada por mulheres. Dentre os
participantes estão professores, integrantes de movimentos sociais e
centrais sindicais, líderes políticos e trabalhadores da construção
civil.
A Reforma da Previdência, que foi apresentada por Jair
Bolsonaro e tramita no Congresso, determina idade mínima de 65 anos para
homens, 62 anos para mulheres e aumenta o tempo de contribuição de 15
para 20 anos.
O grupo saiu da Praça da Imprensa e segue rumo à Praça
Portugal pela avenida Desembargador Moreira, na manhã desta sexta-feira,
22.
A manifestação segue pacífica e sem tumulto. O POVO
Online não identificou policiais ou agentes de segurança. Há registro de
engarrafamentos na região.
De acordo com os manifestantes, o projeto para a
Previdência brasileira retira direitos dos trabalhadores e dificulta a
aposentadoria. Patricia Facó, da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
afirma que o movimento foi puxado para mostrar que a classe trabalhadora
não fez o rombo da Previdência e, portanto, os trabalhadores não
deveriam pagar por isso. A líder também pontuou que a reforma prejudica
as mulheres - que são maioria no ato na Capital.
A projeção dos organizadores dá conta de 15 mil
presentes na manifestação. Muitos são professores. Por conta disso,
aulas em escolas municipais, estaduais e em universidades foram
suspensas nesta sexta-feira.
Will Pereira, estudante de 22 anos, afirma participar
do momento pelo futuro das pessoas jovens e porque não quer "trabalhar
até morrer". "Matematicamente falando, é praticamente impossível os
jovens da periferia se aposentarem aos 60 anos ou 70 por causa da
mortalidade", justifica.
Dóris Soares, integrante do Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto (MTST), contesta a idade proposta para a aposentadoria dos
contribuintes. “Os brasileiros não têm uma perspectiva tão alta quanto
estão imaginando. O Brasil pode voltar à extrema miséria com a reforma”.
"Mulheres, agricultoras, professoras e idosos serão os
maiores prejudicados. Além disso, a reforma dificulta o acesso a uma
série de benefícios e estabelece que idosos carentes irão receber
somente R$ 400 entre os 60 e os 70 anos, quando passam a ganhar um
salário mínimo. A reforma também pretende implantar o modelo de
capitalização que beneficia banqueiros e especuladores", afirma, em
nota, o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de
Fortaleza (Sindifort).
Com informações das repórteres Alexia Vieira e Gabriela Feitosa/ Especiais para OPOVO
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