Familiares e amigos das pessoas mortas após um homem sequestrar a ex-esposa e invadir a contramão, ao fugir da Polícia, e se chocar em outro veículo, prestaram as últimas homenagens, na manhã desta quinta-feira (16), durante os sepultamentos e enterros das vítimas.
O caso aconteceu por volta das 5h desta quarta-feira (15) no km 46 da BR-222, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza. Três pessoas morreram e duas ficaram gravemente feridas após uma colisão frontal entre dois veículos. Os parentes lamentaram a morte de Júlia Teixeira, 69 anos, e do motorista Sebastião Simplício, 68 anos.
O caso
Em um dos carros, modelo Fiat Siena, estavam cinco pessoas, quatro de uma mesma família. A dona de casa Maria Teixeira, conhecida como Yasmin, e o pastor Carleandro Teixeira estavam com o filho, Melquisedeque, de 12 anos, e Júlia Teixeira, avó materna do garoto. Além do motorista, Sebastião Simplício, amigo da família.
No outro automóvel, um Volkswagen Polo, estava o casal Francisco Valdeci Amorim Silva e Maria Xavier, raptada do município Pentecoste. De acordo com Maria, ele a sequestrou em sua casa, em Pentecoste, após esfaquear a ex-sogra, de 80 anos, e ameaçar o ex-sogro. O casal, separado há dois meses, travaram, ainda, uma luta corporal antes da viagem trágica.
Na colisão, Júlia Teixeira, que estava no banco da frente, e Sebastião Simplício foram atingidos pelo impacto do carro. Segundo o filho da senhora de 69 anos e irmão de Maria Teixeira, José Lourival Teixeira Pinto, a mãe morreu logo após o choque.
“Todos estavam com o cinto de segurança. Foi o cinto que salvou a vida da minha irmã, do meu sobrinho e do marido dela. Minha mãe e o motorista também estavam com o cinto, mas o impacto foi maior. Quando o motorista percebeu, ele falou ‘ai meu Deus, ai meu Deus. Vai bater!’ Ele tentou puxar o carro, mas não deu tempo. Francisco pegou o lado do motorista com o carro dele. Pelos hematomas e machucados que vi na minha mãe, ela morreu assim que foi atingida.”
Amigos e parentes
José Lourival, natural de Itapipoca, mora atualmente na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com ele, Júlia tinha ido ao sudeste do País para fazer algumas consultas médicas, mas havia desistido e, assim, quis voltar para o Ceará. “Ela estava lá em casa e ia para São Paulo, fazer um tratamento, porém ela insistia em voltar, dizia que queria ir embora, pois se sentia melhor em Itapipoca. Parecia que ela estava adivinhando algo.”
A amiga de Júlia, Rosa Pereira, estava responsável pela casa de Júlia. Segundo ela, a colega deixará saudade. “Há dois meses, ela viajava.Ontem, eu tava limpando a casa dela e a filha dela disse que ia buscar a mãe no aeroporto. Eu disse que ia, se o marido dela não fosse. Os filhos dela não queriam que ela viesse agora. Mas é isso. Estamos aqui só de passagem. Somos como velas acesas”, desabafou.
Os irmãos José Lourival e Maria Teixeira perderam o pai há dois anos em, também, um acidente de trânsito. “Eu perdi meu pai quando ele foi atropelado em uma avenida principal de Itapipoca. Morreu na hora. E, agora, dois anos depois, estou enterrando minha mãe. É uma abalo muito grande na minha família. Está sendo muito triste para nós. Parece que um filme esta se repetindo na minha mente. A Yasmin (Maria Teixeira), que cuidava da minha mãe, está revivendo outro episódio trágico”, esclarece.
Estado de saúde
Em um áudio, direcionado a parentes e amigos, Maria Teixeira, recebeu alta médica para poder ser responsável pela liberação do corpo da mãe, na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Emocionada, ela agradeceu o apoio que está recebendo.
Além da morte do motorista aposentado, Sebastião, e de Júlia, o motorista Francisco Amorim morreu na colisão. Segundo a ex-mulher do motorista que causou o acidente, “jamais esperei que ele fosse invadir e realmente fazer o que ele tinha prometido: me matar e matar minha família”.
DN
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