Seu jeito discreto, tímido
até, faz com que ela se distancie naturalmente do estereótipo de
supervisora da produção industrial. Narelise Santos, de 30 anos, saiu
pela primeira vez de Coronel Fabriciano, cidade no
interior de Minas Gerais, em 2015, para ser técnica em logística na
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), primeira siderúrgica integrada do
Nordeste que opera em São Gonçalo do Amarante. “Fiz todo o processo
seletivo na minha terra natal e a primeira vez que
eu andei de avião foi para iniciar os trabalhos na siderúrgica. Vim na
cara e na coragem, porque não tinha onde ficar e só consegui algo depois
de ter chegado em Fortaleza”, comenta.
Com muita garra e
dedicação, todo o esforço de Narelise valeu a pena. Após três anos na
CSP, ela atualmente lidera uma equipe de 12 pessoas na Logística da
siderúrgica. “Eu sei que é difícil este ramo para mulheres.
Quando surgiu a vaga para supervisora, eu era a única mulher
concorrendo, mas me destaquei muito e consegui. Lá em casa todo mundo
acha o máximo e tem muito orgulho de ver onde eu cheguei. Minha mãe
comenta que eu sou pequeninha, falo manso e quando eu chego
na CSP eu coloco ordem em um bocado de homens”, brinca a empregada.
Assim como Naraelise, a
participação feminina no mercado de trabalho tem se ampliado nos últimos
anos. Na indústria siderúrgica, as mulheres estão quebrando o tabu de
que profissão tem gênero e conquistado, dia
a dia, ambientes até então só ocupados por homens. Hoje, elas são 11,8%
do efetivo da CSP.
Esse percentual é maior do que a média nacional do
setor (de 8%) e alto se considerarmos que o estado do Ceará começou a
formar mão-de-obra qualificada para atuar no ramo siderúrgico a menos de
cinco anos, a partir de programas de qualificação
profissional implantados pela CSP em parceria com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial do Ceará (Senai-CE).
Mayra Silva, de 23 anos, é uma das mulheres que participou desta capacitação.
Natural de Matões, no município de Caucaia, ela estava com dificuldades
para conseguir o primeiro emprego sem precisar sair da cidade onde mora
e soube da
parceria CSP e Senai, que proporcionou capacitações gratuitas na área
de siderurgia. Mayra realizou o curso e, em 2015, entrou na CSP como
operadora de máquinas. Atualmente, ocupa a função de operadora na sala
de controle do Pátio de Matérias-Primas, planta
da siderúrgica responsável pelo armazenamento e controle dos materiais
necessários para a produção do aço.
“Sempre fui determinada a aprender. Poderia ficar apenas com a minha
atividade de operadora de máquinas, mas eu queria conhecer mais. Agora
sei que é aqui [na siderurgia] que quero construir a minha carreira e
quem sabe me aposentar. Sempre que abrem novas
turmas do Programa Jovem Aprendiz eu aviso as minhas irmãs. Quero que
elas tenham oportunidades de crescimento como eu tenho aqui”,
compartilha Mayra.
As histórias de quem apostou nesse desafio mostram
que o crescimento profissional é consequência de foco e determinação.
Elas são a prova de que, nesse Dia Internacional da Mulher, há muito o
que se comemorar e ainda mais a conquistar.
Na CSP, elas estão presentes em todos os nossos
processos – do recebimento da matéria-prima pelo Porto do Pecém à saída
da placa de aço na última etapa do processo produtivo, sem contar com a
atuação em postos administrativos.
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