Dois grupos executivos foram formados para tentar encontrar soluções para a revitalização do litoral cearense. A decisão foi tomada durante audiência pública na tarde desta terça-feira (10/10), promovida pela Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca (CDRRHMP), para debater o assunto. O debate foi proposto pelo presidente da Comissão, deputado Carlos Matos (PSDB).
O primeiro grupo, chamado de SOS Icaraí, é formado por representantes da comunidade do Icaraí, Universidade de Fortaleza, Universidade Estadual do Ceará (Uece), Labomar, da Universidade Federal do Ceará, e Prefeitura de Caucaia e vai se reunir no dia 18/10 para debater as responsabilidades após o processo de erosão daquele litoral. O outro grupo, que vai atuar na potencialização do Projeto Orla, reúne-se no dia 25/10. As duas reuniões devem acontecer na Assembleia Legislativa.
A partir dessas duas reuniões, serão dados novos encaminhamentos para avançar nas soluções para a revitalização do litoral cearense.
O deputado Carlos Matos (PSDB) ressaltou que o debate é importante para esclarecer as responsabilidades sobre o problema da erosão no litoral cearense e, a partir daí, em conjunto com a sociedade civil, encontrar alternativas para resolver essa questão definitivamente. "O Ceará possui 573 quilômetros de costa, e o mar é importante para economia do Estado, principalmente para o turismo", afirmou.
O parlamentar chamou a atenção para a invasão do mar na praia do Icaraí, no município de Caucaia, onde todas as soluções adotadas até agora não obtiveram sucesso e são questionadas quanto à eficiência. Glacianne de Oliveira, professora e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Tecnológica da Universidade de Fortaleza (Unifor), apresentou aos participantes do debate um projeto que pode ser a solução para o problema da erosão, em particular no Icaraí, onde o estudo foi realizado.
Segundo ele, as intervenções costeiras, como o Badwall, que são barreiras colocadas ao longo da área de praia invadida, não resolveram o problema, muito pelo contrário, promoveram mais erosão. "Nossa ideia é criar uma estrutura fora da costa, ou seja, dentro do mar, para reabilitar a praia, e a expectativa é que, dando certo no Icaraí, possa ser adotado em outros pontos do litoral erodido", afirmou.
Para Airton Mota, gestor ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará (Sema), os levantamentos da Universidade de Fortaleza (Unifor) são estudos acadêmicos importantes, mas a Sema espera aprofundar o debate com outros estudos já apresentados, porque são visões diferentes de um mesmo problema.
"A gente sabe que participam desses estudos profissionais de excelência, porém tem que abrir para um debate com a sociedade, como é feito pelo Projeto Orla, que tem a participação do Governo Federal, Governo do Estado, sociedade civil e municípios", declarou. Segundo ele, esse diálogo vai permitir conhecer diferentes alternativas para estabelecer consensos, tanto técnico-científicos como também socioeconômicos e ambientais.
Também participaram do debate Luiz Mauro, representando a Secretaria de Turismo do Ceará (Setur); André Arraes, da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza(Seuma); Walter Tadeu Nogueira, representante da Secretaria do Patrimônio da União; professor Oirton Azevedo de Castro, do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade de Fortaleza (Unifor); professora Lidiana Pinheiro, vice-diretora do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará; Herbert Pessoa Lobo, superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Ceará (Ibama); Carolina Braga, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), além de estudiosos e moradores do Icaraí, em Caucaia.
WR/CG
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