A Comissão Intersetorial do Selo Unicef em Caucaia reuniu-se nesta segunda-feira (11/6) para avaliar indicadores e discutir de ações que precisam ser implementadas pela Prefeitura no intuito de reduzir desigualdades e garantir direitos de crianças e adolescentes do município.
Medidas de enfrentamento ao suicídio infantojuvenil e a realização de um fórum comunitário marcaram a pauta. O aumento no número de casos de pessoas que tiram a própria vida tem preocupado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Conforme a Organização Munidal da Saúde (OMS), uma ocorrência é registrada a cada 40 segundos no mundo. “São dados chocantes. Assim como é chocante a quantidade de adolescentes assassinados no nosso Estado. Foram 981 só no ano passado. Nós precisamos fazer alguma coisa. Precisamos de ações que sejam feitas em conjunto, por várias secretarias e sociedade civil, para tudo ganhar ainda mais força”, defendeu a articuladora do Selo em Caucaia, primeira-dama Erika Amorim.
Presidente do Conselho Tutelar da Jurema, Natanael Azevedo revelou que semanalmente o órgão recebe casos de crianças e adolescentes com tendência ao suicídio. “Proponho que sejam feitas palestras nas escolas. Muitas vezes, o educador até identifica essa tendência e não consegue levar adiante”, ponderou.
Já a supervisora do projeto “Criança Feliz”, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SDS), psicóloga Camila Saldanha, enalteceu a necessidade do envolvimento familiar na discussão. “O suicídio é o fim de uma doença, que muitas vezes começa com uma depressão. Os pais têm que ter consciência e saber identificar os sintomas”, frisou.
Além dessa vulnerabilidade, a Comissão definiu a data de realização do fórum comunitário de direitos das crianças e dos adolescentes. Será em 14 de agosto. A ideia é fazer desse um espaço plural de discussão de políticas públicas que devem ser implementadas ou reforçadas em todos os níveis de esfera pública.
Ações como a execução do programa Busca Ativa Escolar, cujo foco é o resgate para a rede pública municipal de crianças e adolescentes fora das salas de aula, e as capacitações dos representantes dos Núcleos de Cidadania dos Adolescentes, os Nucas, que iniciam no próximo sábado (16/6).
Em 2015, o Ceará tinha 100 mil crianças e adolescentes fora da escola. Dos adolescentes mortos ano passado no estado, 92% não estudavam. Em toda Caucaia, mais de 6.600 alunos entre quatro e 17 anos não estão regularmente matriculados. “Nós recebemos semanalmente registros. E quando incluímos a criança ou o jovem no sistema, ele só sai depois de um ano, quando entrar no segundo ano escolar consecutivo”, declarou a coordenadora de programas e projetos da Secretaria Municipal de Educação (SME), professora Andrea Herculano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário