Na mesma entrevista ao Roda Viva na qual falou nesta segunda-feira que espera um aceno do ex-candidato Ciro Gomes (PDT),
de férias na França desde o dia 11/10, o presidenciável Fernando Haddad
(PT) também admitiu ter telefonado para o senador Tasso Jereissati
(PSDB).
“Hoje eu conversei com o Tasso. Porque disseram que eu não entendi a
mensagem do primeiro turno”, declarou o petista, que enfrenta o deputado
federal Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições.
Sem especificar o conteúdo da conversa, Haddad disse ter ligado a fim
de “restabelecer relações” com o parlamentar cearense, “porque é uma
pessoa de quem eu gosto muito” e “um senador muito aprumado”.
O ex-prefeito de São Paulo acrescentou ainda ter procurado Tasso porque um colunista (Marcos Lisboa, da Folha de S. Paulo) chegara a sugerir que o petista “não tinha entendido” a sinalização do político cearense.
“Se eu não entendi, eu vou fazer o gesto de reaproximar”, completou
Haddad. “Esperavam de mim que eu fizesse um aceno pro PSDB à época, que
eu não fiz.”
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no
dia 13/9, Tasso fez mea-culpa do PSDB, criticou o partido por haver
questionado o resultado da eleição em 2014 e também pelo apoio dado ao
governo de Michel Temer (MDB).
Procurada pelo Blog Política, a assessoria do senador não respondeu aos contatos até o fim da noite.
Em encontro da executiva nacional duas semanas atrás, o PSDB
definiu-se pela posição de neutralidade no segundo turno das eleições.
Uma ala da legenda mais ligada ao ex-prefeito João Doria, no entanto, defendia aliança com Bolsonaro.
Na reunião, Tasso defendeu a neutralidade.
Apesar da orientação, o ex-presidente tucano Fernando Henrique
Cardoso tem se mantido crítico à candidatura de Bolsonaro nas redes
sociais.
Nesta segunda-feira, FHC escreveu no Twitter: “Inacreditável: um
candidato à Presidência pedir às pessoas que se ajustem ao que ele pensa
ou pagarão o preço: cadeia ou exílio. Lembra outros tempos”.
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