De cada quatro senadores que
tentaram a reeleição em 2018, três não conseguiram. Essa estatística
marca a eleição mais surpreendente da história recente do Senado
Federal. Desde a redemocratização do país, não houve um pleito que
trouxesse tantas caras novas para o tapete azul do Senado. No total, das
54 vagas em disputa neste ano, 46 serão ocupadas por novos nomes —
renovação de mais de 85%.
Além das trocas de senadores
decorrentes das eleições parlamentares, as disputas pelos governos
estaduais também movimentam as cadeiras, devido à participação de
senadores que estão na metade do mandato. Duas trocas já estão
garantidas e duas ainda podem ser acontecer no segundo turno. Ao todo, o
Senado pode ter 50 novos nomes em 2019, o que representaria uma mudança
inédita de mais de 61% da Casa.
A eleição de 2018 colocou em
disputa dois terços das vagas do Senado, ou duas das três de cada
estado. Nela foi registrado o maior número de candidaturas à reeleição
que já se viu: foram 32, ou quase 60% dos senadores cujo mandato chega
ao fim no próximo mês de fevereiro. Apenas quatro estados não lançaram
nenhum senador à reeleição, e nove lançaram os dois.
O sucesso veio para poucos, já
que apenas um quarto conseguiu. É a menor taxa de reeleição anotada nas
cinco eleições pós-redemocratização que colocaram em disputa dois terços
das vagas do Senado. Dos nove estados com dois senadores na disputa,
nenhum viu ambos retornarem. Em cinco casos, nenhum dos dois senadores
conseguiu se reeleger.
Além dos 22 senadores que
preferiram não buscar a reeleição e dos 24 que não a conseguiram, a
renovação do Senado se completa com dois que estão na metade do mandato e
conquistaram a eleição para os governos dos seus estados já no primeiro
turno — casos de Gladson Cameli (PP-AC) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) já no
primeiro turno. Eles deixarão a vaga para seus suplentes.
Com isso, já estão confirmadas 48
trocas de guarda no Plenário a partir de 2019. O número é menor apenas
do que no ano de 1994, quando a renovação foi turbinada pela grande
quantidade de senadores que preferiu não concorrer à reeleição — apenas
20 de 54 o fizeram. O caso de 2018, portanto, é mais significativo
porque a alta rotatividade foi atingida mesmo com muitos senadores
vigentes na disputa eleitoral.
O número ainda pode crescer para
50. Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Fátima Bezerra (PT-RN), também no
curso do mandato, seguiram para o segundo turno nos seus estados e ainda
podem deixar o Senado em caso de vitória.
A bancada feminina no Senado
poderá diminuir a partir de 2019. Atualmente são 13 senadoras, mas
apenas cinco ainda terão mandato a partir do ano que vem. Uma delas,
Fátima Bezerra (PT-RN), ainda disputa o segundo turno no seu estado e,
caso seja eleita, deixará a Casa com uma mulher a menos (seu suplente é
um homem). Oito senadoras assumirão mandatos em 2019: sete candidatas
eleitas e uma suplente, Mailza Gomes (PSDB-AC), que substituirá Gladson
Cameli (PP-AC), eleito para o governo estadual. Se Fátima Bezerra não
retornar, serão 12 senadoras a partir do ano que vem.
https://www12.senado.leg.br
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