O Governo do Estado declarou na última sexta-feira, 26,
“situação anormal”, caracterizada como situação de emergência, de 26
municípios. Mesmo com quadra chuvosa considerada como uma das melhores
dos últimos anos, áreas rurais cearenses ainda apresentam dificuldades
no abastecimento de água potável para a população. Para amenizar tal
condição, a Defesa Civil diz esperar pela continuidade das operações de
carro-pipa tanto em âmbito estadual quanto em âmbito federal.
Assinado pela vice-governadora e atual governadora do
Ceará em exercício, Izolda Cela, o decreto comunica que “a
irregularidade das chuvas e as elevadas temperaturas vêm comprometendo o
armazenamento de água, causando sérios problemas ao abastecimento,
inclusive para o consumo humano e animal, desde 2012”. Tais
circunstâncias estariam também “reduzindo o padrão de qualidade de vida
da população”, complementa.
O documento é baseado em parecer técnico da
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Corpo de Bombeiros Militar
cearense, apresentado em 4 de abril deste ano. O estudo não está
disponível publicamente, pois passará por análise da Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil (Sedec), podendo admitir ajustes.
Durante esta quadra chuvosa – iniciada em fevereiro e com previsão de término em maio –, as chuvas já ultrapassaram a média histórica para cada mês deste período.
Gerente de Minimização de Desastres da Defesa Civil, o
capitão Aluízio Freitas diz que, apesar do alto índice de chuvas em
algumas regiões do Estado, principalmente no Norte, “a maioria dos
reservatórios de água permanece com baixo nível de acumulação”. Como é o
caso de Reriutaba, que recentemente registrou duas mortes ocasionadas por uma enxurrada no Rio Jatobá, mas ainda assim aparece em situação de emergência por seca.
“Esses 26 municípios permanecem com áreas em situação
de emergência por seca devido, principalmente, a dificuldades no
abastecimento de água potável da população rural”, explica. Por outro
lado, ele aponta que as cidades retratam situações específicas, sendo
elas: abastecimento da área urbana prejudicado, apresentado em quatro
cidades; prejuízos na pecuária, em sete; e prejuízos agrícolas, em 15.
Para formular a lista, a Coordenadoria Estadual de
Defesa Civil analisou dados e documentos registrados pelos órgãos de
proteção e defesa civil dos municípios no Sistema Integrado de
Informações sobre Desastres (S2ID). “Como o desabastecimento de água
potável na área rural e urbana, a situação dos reservatórios de água
(açudes, poços e cisternas) e os prejuízos agrícolas e pecuários”,
ilustra.
Questionado sobre se existem ações a serem realizadas
para solucionar a situação apresentada nos municípios, o gerente diz
esperar primeiro pelo reconhecimento federal da emergência decretada
pelo Estado. Após isso, esperam-se: “A continuidade do abastecimento
emergencial de água potável por meio da Operação Carro-Pipa federal,
executada pelo Exército Brasileiro nas áreas rurais afetadas; e da
Operação Carro-Pipa estadual, executada pela Defesa Civil cearense nas
áreas urbanas de quatro municípios”.
“Também podem ser renegociadas as dívidas de
financiamentos contratados de linhas de crédito especiais do Banco do
Nordeste, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do
Nordeste, destinadas a atender o setor produtivo rural desses municípios
em emergência por seca”, delineia.
Confira a lista de municípios:
Beberibe
Boa Viagem
Campos Sales
Caririaçu
Cascavel
Catarina
Catunda
Deputado Irapuan Pinheiro
Itapajé
Jaguaretama
Jaguaribara
Jati
Limoeiro do Norte
Milhã
Mombaça
Monsenhor Tabosa
Morada Nova
Nova Olinda
Pedra Branca
Pereiro
Piquet Carneiro
Reriutaba
Saboeiro
Solonópole
Tarrafas
Tauá
Wanderson Trindade
o povo
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