O Ceará vai receber nos próximos anos
investimentos de R$ 678,35 milhões em energia solar. O desempenho foi
atestado durante leilão de geração de energia A-4, realizado ontem (28)
em São Paulo. De um total de 15 projetos contratados nos setores de
energia hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica, termelétrica e
biomassa, o Estado obteve o maior volume de aportes do País, com cinco
projetos comercializados e potência de 163,7 megawats (MW).
Com o resultado, o Estado obteve 50,42% do potencial nominal no
leilão. "O Governo licitou projetos de energia eólica, solar, biomassa e
pequenas centrais hidrelétricas. Do total de energia que vai ser
contratada, mais da metade é do Ceará, com 80%, 20% de Minas Gerais",
comentou Jurandir Picanço, consultor de energia. Na avaliação de
Picanço, as contratações dos projetos poderiam ter sido em maior volume,
diante da quantidade de unidades de energia no País. "O mercado
nacional está fraco. Seria melhor que fossem contratadas cinco vezes
mais projetos do que foi contratado porque existem 169 negócios médios
de unidades de energia no Brasil. Então, esse valor contratado foi baixo
em relação ao cenário nacional", afirmou.
Para o consultor industrial Fernando Ximenes, o setor nacional
esperava mais investimentos no Brasil. "O Ceará foi o grande vencedor,
só fechou cinco contratos de 202 megawatts e isso confirma a nossa
recessão brasileira. Só de energia solar o Governo teria que comprar 2
gigawatts para dar o suporte necessário, quando na verdade o Governo só
comprou 200 megawatts. Praticamente o leilão não existiu", pontuou.
Preço baixo
De acordo com as estatísticas sobre os preços de venda de energia por
megawatt (R$/MWh) dos estados no leilão, o Ceará tem o menor preço do
Brasil, com média de R$ 64,99/MWh. "Se o valor fosse alto, não tínhamos
nem vencido o leilão. O investidor ofereceu o preço mais baixo para ter
mais competição", explicou Picanço. A cidade de Milagres, no Cariri
cearense, deve receber investimentos dos cincos projetos vencedores.
Sobre o desempenho do Ceará no leilão, Picanço explica que o baixo
preço nas negociações do leilão favoreceu o Ceará na viabilização de
mais projetos de energia solar. "Com as poucas contratações que houve, o
Ceará se saiu bem porque apresentou o valor mais baixo e só vence o
leilão os valores mais reduzidos. Então, esse é o fator positivo de ter
conseguido viabilizar projetos aqui no Ceará".
Ainda conforme o consultor de energia, o Governo comprou pouca quantidade de energia para manter a cadeia produtiva do País.
dn
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