Depois do anúncio de reduções do valor da gasolina nas
refinarias, os motoristas começam a ser beneficiados com queda de preços
de até R$ 0,38 nos postos de combustível da Capital.
O menor valor para o produto, a R$ 4,37, é do
posto HB - Shell (BR-116, 356, Km 4,2 - Aerolândia), que antes estava
precificado a R$ 4,71. Mas o maior recuo foi no estabelecimento Modelo
Comércio de Combustíveis - Shell (av. Oliveira Paiva, 1414 - Cidade dos
Funcionários), cujo preço foi de R$ 4,77 a R$ 4,39, conforme
levantamento O POVO.
O consultor na área de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti,
explica que a queda da gasolina e diesel está "intimamente ligada à
questão do mercado internacional, já que o valor do barril de petróleo
está em baixa e a definição utilizada pela Petrobras está alinhada a
esses números". As recentes reduções da cotação do dólar também
favoreceram.
Iughetti diz que as reduções anunciadas pela Petrobras
em 7,2% e 3% devem ter efeito prático de R$ 0,50 a menos nas bombas.
Portanto, a expectativa é que os valores continuem em queda, "se o
comportamento dos preços dos derivados de petróleo continuarem neste
ritmo no mercado internacional, o que deve acontecer nos próximos dias".
"A queda deve ser ainda mais intensa", acrescenta.
Até o momento, é possível encontrar reduções de até 8%
na gasolina. Em posto de combustível na avenida Aguanambi, de bandeira
BR, o valor caiu de R$ 4,759 (em 28/5) para R$ 4,370 ontem.
A queda é comemorada por motoristas. O montador
eletromecânico Silvino Gomes, 64, diz que a redução já fará diferença no
orçamento. "Já que ando de moto todos os dias para ir ao trabalho. A
gasolina desde o começo do ano estava pesando no bolso".
Francisco Flávio, 52, é eletricista e confessa que o
valor ainda não é o ideal, mas a queda de preço é bem-vinda. "Uma
redução como essa é um alívio muito grande para os motoristas. Gasto
pelo menos R$ 500 de gasolina todos os meses. Diminuindo R$ 0,30 em cada
litro, já verei a diferença".
Assessor de Economia do Sindicato do Comércio Varejista
de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio
José Costa diz que "não há como o varejo movimentar valores no mesmo
ritmo das refinarias", mas que fatores diversos, desde o mercado
internacional do petróleo, variação cambial, até logística de cabotagem e
transporte, fazem a diferença no preço praticado.
Personagem
Bernardo castelo,
47, taxista
LUCROS menores. Essa é a maior reclamação de Bernardo. A
culpa disso é do gasto maior com combustível para rodar no seu táxi.
Ele diz que percebe que o preço do etanol não acompanhou as quedas da
gasolina e diesel e o valor do GNV chegou a subir. "Neste ano, aconteceu
de subir de preço até três vezes no mês". "Estou rodando muito, mas tem
dias que quase não temos lucros, por causa dos gastos com combustível. O
lucro fica lá embaixo", reclama.
Diesel
A Petrobras também anunciou redução no preço
do diesel nas refinarias no último dia 31. A queda de 6% equivale a
0,1383 centavos. Nos postos de Fortaleza, o valor médio do combustível é
vendido a R$ 3,75. Até o dia 25, o valor estava em R$ 3,86, segundo a
ANP.
SAMUEL PIMENTEL
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