segunda-feira, 20 de maio de 2019

Litro da gasolina aditivada ultrapassa os R$ 5 na Capital

A pressão cambial e o aumento no preço dos derivados de petróleo no mercado internacional foram os fatores determinantes para o valor final do combustível nestas últimas semanas no Brasil. Em Fortaleza, o impacto sobre o custo já é percebido nas bombas e o litro da gasolina aditivada já ultrapassa o patamar dos R$ 5, saltando de R$ 4,75 a R$ 5,12. Uma diferença de 7,78% entre os cinco postos pesquisados pelo O POVO, na tarde de ontem.
Já a gasolina comum, mais em conta, custa R$ 4,67. A cifra é 4,7% menor que a mais cara, de R$ 4,89. O etanol e diesel oscilam de 9,7% a 10%, respectivamente, com valores de R$ 3,79 a R$ 4,17. Bruno Iughetti, consultor nas áreas de petróleo e gás, explica que o aumento é puxado pelos reajustes da Petrobras, em função dos preços dos derivados de petróleo produzidos nos Estados Unidos, e da escalada do dólar, que fechou em R$ 4,10 na última sexta-feira.
"Esses fatores, combinados, justificam a alta", detalha. Segundo ele, a tendência é de estabilidade nos próximos dias devido ao mecanismo de "hedge" - que permite o congelamento do valor por 15 dias. No entanto, a variação cambial em razão da ambiência política e do comportamento do mercado externo podem provocar um revés.
Para Iughetti, o caminho para diminuir o preço do combustível no Ceará é reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que corresponde a 31% do custo final do produto. Enquanto não melhora, o consumidor pode economizar optando por veículos flex (biocombustível) e a substituição pelo etanol apenas quando ele ultrapassar 70% do valor da gasolina. Érico Veras, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador em finanças pessoais e comportamentais, acrescenta que uma forma de amainar os efeitos no orçamento é otimizar o uso do carro. "Essa é uma questão complicada porque a variação nos postos é pequena e tem o aspecto da confiabilidade". Dentre as alternativas, cita, está a utilização de mais transportes públicos em dias alternados da semana, compartilhamento do veículo e rodízio com amigos e familiares que fazem o mesmo trajeto. Além do maior planejamento para evitar o uso desnecessário e exagerado do automóvel.
Antônio José Costa, assessor econômico do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais do Estado do Ceará (Sindipostos-CE), destaca que a precificação se baseia no livre mercado e cada revendedor o aplica de acordo com a demanda e condições de estoque.
 
Bruna Damasceno

Nenhum comentário:

Postar um comentário