A pressão cambial e o aumento no preço dos derivados de
petróleo no mercado internacional foram os fatores determinantes para o
valor final do combustível nestas últimas semanas no Brasil. Em
Fortaleza, o impacto sobre o custo já é percebido nas bombas e o litro
da gasolina aditivada já ultrapassa o patamar dos R$ 5, saltando de R$
4,75 a R$ 5,12. Uma diferença de 7,78% entre os cinco postos pesquisados
pelo O POVO, na tarde de ontem.
Já a gasolina comum, mais em conta, custa R$
4,67. A cifra é 4,7% menor que a mais cara, de R$ 4,89. O etanol e
diesel oscilam de 9,7% a 10%, respectivamente, com valores de R$ 3,79 a
R$ 4,17. Bruno Iughetti, consultor nas áreas de petróleo e gás, explica
que o aumento é puxado pelos reajustes da Petrobras, em função dos
preços dos derivados de petróleo produzidos nos Estados Unidos, e da
escalada do dólar, que fechou em R$ 4,10 na última sexta-feira.
"Esses fatores, combinados, justificam a alta",
detalha. Segundo ele, a tendência é de estabilidade nos próximos dias
devido ao mecanismo de "hedge" - que permite o congelamento do valor por
15 dias. No entanto, a variação cambial em razão da ambiência política e
do comportamento do mercado externo podem provocar um revés.
Para Iughetti, o caminho para diminuir o preço do
combustível no Ceará é reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS), que corresponde a 31% do custo final do produto.
Enquanto não melhora, o consumidor pode economizar optando por veículos
flex (biocombustível) e a substituição pelo etanol apenas quando ele
ultrapassar 70% do valor da gasolina. Érico Veras, professor da
Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador em finanças pessoais e
comportamentais, acrescenta que uma forma de amainar os efeitos no
orçamento é otimizar o uso do carro. "Essa é uma questão complicada
porque a variação nos postos é pequena e tem o aspecto da
confiabilidade". Dentre as alternativas, cita, está a utilização de mais
transportes públicos em dias alternados da semana, compartilhamento do
veículo e rodízio com amigos e familiares que fazem o mesmo trajeto.
Além do maior planejamento para evitar o uso desnecessário e exagerado
do automóvel.
Antônio José Costa, assessor econômico do Sindicato do
Comércio Varejista de Combustíveis Minerais do Estado do Ceará
(Sindipostos-CE), destaca que a precificação se baseia no livre mercado e
cada revendedor o aplica de acordo com a demanda e condições de
estoque.
Bruna Damasceno
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